A pandemia do novo Coronavírus mudou radicalmente o nosso modo de viver. Em todo o mundo, novas formas de trabalhar, de interagir e de consumir foram desenvolvidas para nos adequarmos à vida pós-pandemia. A economia foi um dos primeiros cenários a ser impactado pelos efeitos do isolamento social. E claro que o nicho dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS – também foi afetado. Nesses momentos de incertezas, quanto mais conhecimento, pesquisas e estudos forem produzidos para subsidiar as tomadas de decisão, melhor.
O artigo “Efeitos da Covid-19 na resiliência financeira dos Regimes Próprios Municipais”, produzido por Diana Vaz de Lima e Eduardo Reichert, – sócios beneméritos da Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais -, e Ronaldo de Oliveira, mestre em Engenharia Elétrica e Sócio Fundador da LDB Consultoria Financeira, oferece esse olhar aos gestores de Regimes Próprios.
A produção, que foi indicada entre as melhores do Congresso Internacional de Contabilidade da Universidade de São Paulo, traz, primeiramente, a discussão dos RPPS para o ambiente acadêmico, o que pode ajudar a elevar a capacidade crítica da sociedade como um todo a respeito do tema. “A expectativa também é que a discussão apresentada possa alertar os agentes políticos sobre as vulnerabilidades e o nível de riscos a que os RPPS estão expostos, e como suas decisões podem afetar a vida de milhões de segurados que têm ou terão nos RPPS sua base de renda”, disse Reichert, em entrevista por e-mail.
Segundo ele, “os achados da pesquisa mostram que em momentos de stress os fundamentos do mercado financeiro se invertem, fazendo com que os investimentos menos promissores passem a ser os mais promissores em razão do efeito de desvalorização da marcação a mercado (MtM). No caso das fontes de financiamento, havendo autorização em lei municipal específica para a suspensão do recolhimento das contribuições patronais, 74,6% dos RPPS teriam de desmontar sua posição de investimentos para conseguir arcar com o pagamento dos benefícios previdenciários, realizando perdas que no seu devido tempo poderiam ser recuperadas. Portanto, espera-se que diante desses resultados qualquer decisão que venha a ser tomada seja uma escolha consciente dos efeitos que ela pode trazer para a sustentabilidade dos RPPS”.
Reichert, 2º Tesoureiro da ABIPEM, explica que a profª. Diana Lima, da Universidade de Brasília, concluiu o pós-doutoramento em um projeto sobre resiliência financeira de regimes próprios de previdência social, e “quando houve a chamada especial Covid-19 do Congresso da Universidade de São Paulo” os três já estavam discutindo os efeitos da pandemia da Covid-19, então foi uma oportunidade para materializar essas discussões dentro da academia.
Para o trio receber a notícia de indicação “foi uma surpresa, dada a limitação do prazo que tivemos para realizar a pesquisa. Também estamos honrados em fazer com que uma pesquisa feita com RPPS seja considerada relevante para a Academia, certamente isso é um feito que deve ser destacado entre os que militam no tema, contou Reichert.
Abaixo, uma mini-apresentação da autora e dos autores do artigo:
Diana Vaz de Lima
Doutora em ciências contábeis, mestre em administração e contadora. É professora de contabilidade do setor previdenciário da Universidade de Brasília, e coautora do livro “A Contabilidade na Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social”, publicado pela editora Atlas. Atua em estudos e pesquisas envolvendo RPPS desde 2002, quando foi consultora do Ministério da Previdência Social e da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Eduardo Reichert
Planejador Financeiro CFP®, com MBA em Economia e Negócios pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Bacharelado em Química pela Universidade de São Paulo (USP), cursando Ciências Contábeis pela Anhanguera Educacional.
Além da certificação internacional da Planejar, também possui ANBIMA Série 20, CPA-20, também já tendo cancelado o registro de Agente Autônomo de Investimentos pela Ancord e o CGRPPS.
Também é presidente do comitê gestor do Plano Multi da PREVCOM – Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo, 1º Secretário da APEPREM – Associação Paulista de Entidades de Previdência do Estado e Municípios e 2º Tesoureiro da ABIPEM – Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais.
Ronaldo de Oliveira, MSc
-
Bacharel em Estatística pela Universidade de São Paulo (Instituto de Matemática e Estatística – 1993 à 1997);
-
Estatístico: Conselho Regional de Estatística (CONRE) 3ª Região sob nº: 7.717;
-
Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP – 1994 à 1998);
-
Advogado: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP) sob nº: 162.211;
-
Mestre em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI/USP – 1999 à 2003);
-
Bacharel em Ciências Atuariais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP – 2003 à 2007);
-
Experiência na prestação de serviços no Mercado Financeiro como Consultor há mais de 20 anos e atualmente habilitado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como consultor de valores mobiliários, sendo Sócio Fundador e Representante Legal, do Grupo de Empresas LDB (LDB Consultoria Financeira LTDA, LDB Educação Executiva LTDA, LDB Consultoria e Auditoria Atuarial LTDA e LDB Pró Gestão LTDA).